Caso Bonafé: veja como foi o 2º dia do júri que absolveu réus pela morte de advogado
20/09/2025
(Foto: Reprodução) Júri popular dos réus pela morte de advogado.
Rauston Naves/TV Vanguarda
O júri popular que absolveu dois homens que eram acusados de terem participação na morte do advogado Leonardo Bonafé, de Taubaté (SP), durou cerca de 20 horas e foi marcado pelo embate entre a defesa dos réus e o Ministério Público de SP.
O julgamento foi divido em dois dias - ele começou na quinta-feira (18), quando houve o depoimento do delegado da Polícia Civil responsável pela investigação, do pai da vítima e de testemunhas. Neste dia, o júri ocorreu das 10h24 às 20h30.
No dia seguinte, sexta-feira (19), foi a vez do Ministério Público e dos advogados de defesa dos réus se manifestarem. As argumentações aconteceram entre 9h45 e 20h.
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Embate
O segundo dia, que terminou com os réus Marcelo Henrique Carvalho Coppi e Carlos Ramon da Silva Gonçalves absolvidos por sete jurados - três homens e quatro mulheres - foi marcado pelo debate entre acusação e defesa.
Durante toda a manhã, o MP tentou convencer os jurados da participação dos dois homens no caso. O promotor exibiu imagens gravadas por uma câmera de monitoramento que flagraram o crime. O tempo do assassinato foi usado como destaque pela acusação.
“Bastaram-se três segundos para que um pai perdesse o filho. Um aspecto que surpreende é a precisão do atirador. Quem executou Leonardo era um exímio atirador”, disse o promotor Lucas Araújo Lage de Gusmão aos jurados.
Após uma pausa para almoço, foi a vez dos advogados de defesa dos réus se manifestarem e pedirem a absolvição deles, já no período da tarde.
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Durante a argumentação, os advogados criticaram a investigação da polícia e apontaram possíveis falhas na apuração.
“O crime foi cometido em uma esquina. Eu perguntei ao delegado para qual lado o atirador virou e ele não soube responder. Durante o depoimento, eu fiz várias perguntas ao delegado, mas, abarrotado de trabalho e de pressão, ele não soube dar respostas”, disse o advogado de defesa dos réus Claudemir Júnior.
A defesa também alegou que os réus tentaram colaborar com a investigação, mas disse que eles não foram ouvidos.
“Nunca vi um processo com tanta denúncia anônima. Os réus colaboraram, mas foram ignorados pela investigação”, disse o advogado Cristiano Joukhadar, que também faz parte da defesa.
Em vários momentos, houve confronto entre o Ministério Público e a defesa. Um dos advogados chegou a desafiar a promotoria.
“Eu desafio o senhor a colocar aqui (no tribunal) quem matou Leonardo Bonafé”, disse o advogado Rafael de Farias Campos, representante dos réus.
Por duas vezes, o juiz precisou interferir na sessão para impedir que a discussão entre defesa e promotoria tivesse continuidade.
Acusados pela morte de advogado de Taubaté são absolvidos em júri popular
Reprodução/TV Vanguarda
Absolvição
Os homens acusados por envolvimento na morte do advogado Leonardo Bonafé, que foi executado em Taubaté agosto do ano passado, foram absolvidos em júri popular.
Os réus são:
Carlos Ramon da Silva Gonçalves
Marcelo Henrique Carvalho Coppi
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, eles não executaram o crime, mas participaram do caso pois prepararam e forneceram o carro aos executores - a tese não foi acolhida pelo júri.
Em nota ao g1 após a decisão, os advogados dos réus afirmaram que conseguiram demonstrar a inocência dos dois homens.
"Desde o início, sempre acreditamos na inocência de ambos, que em todo o processo colaboraram com a Justiça para a completa elucidação do caso", informaram.
De acordo com eles, Carlos Ramon já está em liberdade, enquanto Marcelo segue preso por conta de um crime de receptação em Pindamonhangaba.
Advogado é morto a tiros em carro na região do Três Marias, em Taubaté, SP
Foto 1: Arquivo pessoal | Foto 2: Lucas Rodrigues/TV Vanguarda
Também antes da decisão, a família da vítima relatou que o depoimento dos réus deve apontar quem assassinou o advogado.
"Nomes foram citados e agora a polícia tem mais elementos para chegar no executor ou mandante", disse Flávio Bonafé, pai de Leonardo. A reportagem tenta novo contato com a família.
Cerca de 100 pessoas acompanharam a sessão. O tribunal do júri foi formado por sete jurados, sendo três homens e quatro mulheres.
Leonardo tinha 25 anos e era filho do advogado e então candidato a prefeito de São Luiz do Paraitinga, Flavio Bonafé (MDB). Ele foi atingido por pelo menos seis disparos de arma de fogo quando chegava ao trabalho e não resistiu aos ferimentos.
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O caso
O crime aconteceu na rua Newton de Vasconcellos. Segundo a Polícia Civil, Leonardo chegava de carro para trabalhar, quando foi atingido por pelo menos seis disparos. Ele morreu no local.
Leonardo foi velado na capela das Mercês, em São Luiz do Paraitinga. O enterro foi realizado no cemitério da cidade.
Na ocasião, a assessoria de imprensa de Flávio Bonafé afirmou em nota que o filho dele "teve seus sonhos interrompidos por um crime bárbaro".
Júri popular dos réus pela morte de advogado
Rauston Naves/TV Vanguarda
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